Saúde
Infarto entre jovens dispara no Brasil: aumento de 180%, segundo o Ministério da Saúde
Fatores de risco que levam ao infarto estão acometendo pessoas entre os 20 e 40 anos
O infarto do miocárdio, principal causa de morte no Brasil, deixou de ser uma preocupação exclusiva de pessoas acima dos 60 anos. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de internações por infarto entre brasileiros com menos de 40 anos aumentou 180% nas últimas duas décadas — de menos de dois casos por 100 mil habitantes, no ano 2000, para quase cinco em 2024. O dado refere-se apenas à rede pública de saúde.

O crescimento acentuado tem uma causa clara: o estilo de vida adotado por grande parte da população jovem. Obesidade, sedentarismo, alimentação ultraprocessada, noites mal dormidas, estresse crônico, tabagismo, uso de anabolizantes e consumo de drogas estão encurtando o tempo entre a juventude e as doenças cardiovasculares.
“O que antes víamos em pacientes de 60, 70 anos, agora aparece em adultos de 30 e até 20 e poucos anos”, alerta o cardiologista Roberto Giraldez. “São fatores de risco totalmente modificáveis. Quem fuma, tem má alimentação, está acima do peso ou não pratica atividade física entra em um processo acelerado de envelhecimento vascular.”
Segundo o médico, os primeiros sinais muitas vezes passam despercebidos ou são ignorados. “O corpo dá sinais. Mas a rotina corrida, a autossuficiência da juventude e a banalização dos sintomas adiam o diagnóstico. Quando o infarto acontece, pode ser tarde demais.”
Além dos fatores de risco, o corpo costuma dar sinais antes de um infarto, mas muitos jovens ignoram os alertas. Entre os principais sintomas estão:
Dor ou pressão no peito (que pode irradiar para o braço, costas, mandíbula ou pescoço);
Falta de ar mesmo em repouso;
Cansaço excessivo sem motivo aparente;
Palpitações ou batimentos irregulares;
Náuseas, tontura e suor frio.
Segundo o médico, esses sintomas são frequentemente confundidos com ansiedade, estafa ou problemas gástricos. “A rotina corrida, a autoconfiança da juventude e a banalização dos sinais fazem com que muitos não procurem ajuda médica. Quando o infarto acontece, pode ser tarde demais.”
Giraldez reforça que mudanças de comportamento são fundamentais para reverter o quadro. “A prevenção é o caminho. Dormir bem, se alimentar de forma equilibrada, evitar cigarro e substâncias químicas, controlar o estresse e manter uma rotina de exames ajudam a evitar a principal causa de morte no país.”
Por Redação
