Relatório aponta finanças do Cruzeiro como ‘frágeis’, com atenção para aumento da dívida

Enquanto os ganhos cresceram 46%, ao débito teve um salto de aproximadamente 43%

Conforme o Relatório Convocados/Outfield, o desempenho financeiro do clube em 2024, apresentado em balanço financeiro auditado, é considerado “frágil”. “Tudo foi direcionado ao futebol, mas é preciso ter atenção ao crescimento das dívidas, porque as receitas terão sempre um limite de expansão”, relatou.

Em 2023, o clube-empresa, ainda administrado por Ronaldo Nazário, tinha uma dívida de R$ 807 milhões, tendo acumulado uma receita na casa dos R$ 255,1 milhões. Já em 2024, os débitos foram para quase R$ 1,2 bilhão, temporada em que arrecadou R$ 371,5 milhões.

Ou seja, ao mesmo tempo em que as receitas cresceram 46%, a dívida teve um salto de aproximadamente 43%. Enquanto arrecadação envolve direitos de transmissão televisiva, patrocínio, transferência de jogadores e venda de ingressos, a dívida engloba empréstimos, contas a pagar e acordos trabalhistas, por exemplo.

Fluxo de caixa

Para os analistas do Relatório Convocados/Outfield, o Cruzeiro tem um resultado operacional (EBITDA) muito baixo. Essa métrica financeira mede a lucratividade de uma empresa antes de considerar os impactos de juros, impostos, depreciação e amortização.

Isso se dá, especialmente, pelos aportes em contratação de atletas para o time profissional, que somaram R$ 333 milhões em despesas, contando o desembolsado em gastos com outros clubes e pagamentos de salários, luvas e comissões. O caixa após as contratações foi de quase R$ 189 milhões negativos.

“O fluxo de caixa operacional ficou negativo, impactado pelo elevado volume de contratações de atletas. Fechou as contas parcialmente com aumento de capital, e consumiu caixa do ano anterior”, explicou o economista Cesar Grafietti.

Ao todo, as despesas financeiras líquidas do Cruzeiro em 2024 somaram R$ 23 milhões, além de R$ 22 milhões em pagamentos de dívidas. Ao todo, o fluxo de caixa fechou em cerca de R$ 48 milhões negativos.

Por Redação