Com apenas 11 pontos na primeira fase da competição, o time teve a sexta melhor campanha no geral e so avançou as semifinais graças ao regulamento.
Decepção talvez seja uma palavra suave para descrever o desempenho pífio do Cruzeiro na edição 2025 do Campeonato Mineiro. Com apenas 11 pontos na primeira fase da competição, o time teve apenas a sexta melhor campanha no geral, e só avançou às semifinais graças ao esdrúxulo regulamento, com critérios inusitados que definiam uma regra para rebaixamento e outra para classificação. Além dos finalistas América e Atlético, equipes do interior como Tombense, Athletic e até o Betim, que ficou em terceiro em seu grupo, somaram mais pontos do que o escrete celeste.
Gabigol marcou 4 dos 5 gols na competição em cobranças de pênalti
A favor da Raposa, pesaram o fato de ter encarado o grupo mais acessível, de onde saíram os dois rebaixados da competição, Aymorés e Villa Nova, e de só ter deixado a região metropolitana de Belo Horizonte para enfrentar o Athletic em Brasília, num campo neutro quando o mando deveria ser do adversário, e com maioria da torcida e seu favor. Ainda assim, o time celeste foi derrotado nessa ocasião, assim como ao enfrentar o Democrata na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, na estreia do atual treinador Leonardo Jardim.
O português assumiu logo após a derrota no clássico para o Atlético, quando a equipe foi comandada interinamente por Wesley Carvalho. O resultado de 2 a 0 para o rival pode ser creditado, em grande conta, à irresponsabilidade de Gabigol, expulso na primeira etapa por um lance infantil de descontrole, quando acertou uma cotovelada no zagueiro Lyanco. No campo, o árbitro deu apenas o amarelo, mas alguns jogadores parecem se esquecer que, com o auxílio do VAR, cotoveladas para intimidar o adversário dificilmente passam incólumes.
Grande estrela e contratação mais cara da temporada, o artilheiro anotou 5 gols, mas o detalhe é que 4 foram em cobranças de pênalti, e seu desempenho em campo seguiu a toada da frustração com o baixo rendimento extensivo a toda a equipe, com raras exceções como Dudu, que demonstrou habilidade e disposição em campo. Outros medalhões como Cássio, William, Marlon e Matheus Pereira receberam justos questionamentos da torcida por falhas em lances decisivos e capitais.
E, além do Atlético, quando mediu forças com o América, a Raposa também foi incapaz de superar o adversário, o que resultou em 4 clássicos disputados na temporada e nenhum vencido, com três empates por 1 a 1 diante do Coelho, sendo o último sacramentado com a eliminação do Estadual nos pênaltis, o que piora a marca de, nos últimos seis anos de jejum de títulos, ter disputado a final contra o Atlético apenas duas vezes. O América esteve mais presente nesse período. Em 2020, quem chegou à decisão contra o atual pentacampeão e favorito ao título foi o Tombense.
A chave para a sequência de erros que levaram a esse desastre, no entanto, talvez seja a falta de convicção na escolha de técnicos. Foram três durante o Campeonato Mineiro, incluindo o interino Wesley Carvalho, que, ironicamente, entre Fernando Diniz e Leonardo Jardim foi o que acumulou mais vitórias.
Por Redação