Acordo com Estádio vai até o fim do ano, clube segue insatisfeito com divisão de ganhos.

O Cruzeiro subiu o tom quanto ao acordo com o Mineirão – válido até o fim deste ano – e deseja uma revisão num novo contrato a ser discutido. O clube mineiro, assim como na gestão de Ronaldo Fenômeno, segue insatisfeito com a divisão dos ganhos.

A ideia do Cruzeiro é rever termos do contrato e buscar mais ganhos para o clube em um novo acordo, com novas modalidades de exploração comercial. O atual vínculo, que vai até o fim do ano, prevê um ganho progressivo ao longo do contrato.

Em entrevista à Band, Pedro Lourenço disse que ficou surpreso com os custos do Cruzeiro no Mineirão.

– Eu comecei a parar para ver as despesas do Mineirão, e é insuportável. Você joga no Mineirão, tem uma renda de R$ 2 milhões e sobram R$ 300 mil. Vou ter uma conversa com eles… Uma conversa em linha reta. Eles precisam colocar a mão na consciência – disse o empresário e sócio-majoritário da SAF.

Lourenço dentro um exemplo dos custos em dias de jogo e fez críticas.

– Eles cobram R$ 40 mil de comida para os camarotes, e o Mineirão cobra 20% da gente. Camarote, a gente não recebe nada, tudo deles. Tudo, tudo… o Mineirão é bom só para eles. Tem um contrato que termina este ano, mas o ano que vem eles montam algo. Eles ganham muito em cima da gente.

O Mineirão foi procurado pelo ge e comentou sobre a situação por meio de nota, citando que mantém conversas com a diretoria do Cruzeiro.

– O Mineirão mantém um permanente e constante diálogo com o Cruzeiro a fim de promover a melhor e a mais assertiva operação para seus jogos, o que inclui os custos da partida. O Mineirão tem uma equipe capacitada e com expertise para operações de forma setorizada, de acordo com a previsão de público indicada pelo clube, o que reduz os custos. Os serviços contratados para a operação da partida estão em consonância com os valores de mercado e em respeito à legislação vigente.

O estádio teve uma troca em seu comando. O executivo Samuel Lloyd deixou a direção no fim de janeiro. André Luís Santana Moraes, presidente do consórcio gestor do Gigante da Pampulha, acumula as funções agora.

– Temos que conversar, chegar em um acordo, estádio eu não penso (em construir). O Mineirão foi feito para futebol, o Atlético já fez o (estádio) dele, então temos que chegar a um acordo. Eu nem trabalhei com o Governo – disse Pedro Lourenço, descartando a ideia de construir um novo estádio.

A dívida acumulada do Cruzeiro com a Minas Arena foi incluída na Recuperação Judicial da associação. Entretanto, há ainda uma discussão na Justiça quanto ao valor a ser incluído.

Atritos com a gestão Ronaldo

Desde 2022, a Minas Arena e a gestão Ronaldo no Cruzeiro vinham entrando em atrito quanto aos termos comerciais para utilização do Mineirão. No começo do ano passado, o Fenômeno anunciou, inclusive, que o clube estava rompendo com a administração do estádio e que não atuaria mais no local. O Cruzeiro realizou um acordo com o Independência.

Os atritos permaneceram, mesmo com o retorno dos jogos do Cruzeiro ao estádio. Chegou-se a buscar ajuda política no Governo de Minas e na Assembleia Legislativa do estado para resolver a situação e até a tentativa de instaurar uma CPI da Minas Arena.

O atual acordo do Cruzeiro com o Mineirão é o segundo do clube com a Minas Arena. Em 2019, o contrato inicial foi rompido por causa da dívida.

Por Redação

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